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A Sociedade Perfeita - Uma pausa para "perfeição"

Ao longo da semana, conversei com alguns amigos e conhecidos, recebendo assim algumas indagações quanto ao tema tratado, sendo mencionado que o “perfeito” é fantasioso para a realidade, sendo esta fictícia. Pois bem, erro meu iniciar o tema sem antes tomarmos posto de uma concepção para esta “perfeição”.
Admito desde já, que realmente, a perfeição é objeto utópico em nossa realidade. A princípio temos como partido a generalização utópica da perfeição, seguido pelo conceito já captado no dicionário, como por exemplo:

adj (lat perfectu) 1 Em que não há defeito; que só tem qualidades boas. 2 Cabal, completo, rematado, total.
- Dicionário Michaelis
Vemos claramente que o perfeito, como bem entendido por todos, seria algo inestimável e insubstituível pela sua formação, portanto imutável por não poder atingir nível maior. Sendo também este desprovido de defeito quaisquer. Completo em sua essência e intocável, basicamente algo divino.
Mas, sejamos mais diretos. A perfeição, ao menos para presente concepção, não seria aquele todo sem defeito algum, porém, é o fato de ser estável no seu modo de ser original, com suas qualidade e defeitos. Sendo suas qualidades únicas, e seus defeitos controláveis. Que seja aceitável. Dar-lhe-ei um breve exemplo, no caso mais explícito, o amor (desculpe-me, não me contentarei se não usá-lo). Como ouvi de uma pessoa bem próxima, o amor não é a idealização de outra pessoa como exemplo de perfeição divina, adorando-a e criando visão utópica de um ser humano, sem defeitos, sem falhas. Mas sim, apesar de conhecer cada defeito da outra pessoa, amá-la e respeitá-la, não é venerá-la como ser sublime, mas saber e querer viver ao lado desta pessoa apesar de cada defeito, saber torná-los controláveis a ponto de conviver em paz, e por fim, usufruir de suas qualidades e de seus sentimentos bons. Ao final, temos que a pessoa perfeita para amar não seria venerar suas qualidades excluindo qualquer defeito... Mas sim, primeiramente aceitar a pessoa como é, saber conviver com seus defeitos, e ao final viver em um conjunto de qualidades e defeitos que cada um de nós é composto.
Digo que falar de amor e perfeição é o mesmo, pois o conceito de amor é diretamente ligado à perfeição, sendo geralmente o maior problema as pessoas que não conseguem criar uma concepção de amor, ao idolatrar outra, esquece-se que a mesma é humana e também falha, chegando ao ponto que se houver uma falha, mesmo amando, irá ser um baque a ponto de reverter sentimentos. O mesmo se diz a nossa sociedade perfeita. Não podemos esperar de uma sociedade que esta seja impenetrável e completa, sem falhas, esperar que haja paz eterna e ordem ao nível mais elevado, mas sim, termos em mente que deveremos aceitar o máximo que conseguirmos, aprender a controlar os defeitos que encontrarmos, aceitar os defeitos, e concentrar em viver o estável e satisfatório de nossos esforços baseados em nossa teoria. Mas bem, o restante com o tempo. Espero que você, leitor, tenha entendido que o perfeito não é algo realmente existente em seu sentido literal, mas sim um estado de estabilidade pleno entre nossa aceitação e nosso desenvolvimento. Como dizem... A violência, as disputas e outros problemas sempre existirão, o que diferenciará ao final é seu nível de conseqüência global.
Digo leitor, que talvez não sejamos nós que estamos errando criando uma concepção de perfeito... Talvez o erro tenha sido ao se criar a palavra de forma errada.

  1. Comment by CristalHui on 12 de maio de 2009 às 15:14  

    Achei mto rica a sua definição para a 'perfeição', gostei!
    No meu ponto de vista, o perfeito tem como função ser mesmo inatingível, pode até ser mais uma peripércia social pra que nunca estejamos contentes. A humanidade tem disso, fazer a gente correr atrás de um sentido pra vida, se algum dia alguém encontrar, talvez a vida perca todo o sentido.

    Mto bom o post.

  2. Comment by Zerum on 15 de maio de 2009 às 23:58  

    Olá leitora Mariana Hui! De fato, concordo totalmente com sua visão e com o seu comentário final em que "Se algum dia alguém encontrar (o sentido da vida), talvez a vida perca todo o sentido". Acredito que o sentido da vida seja relativo a pessoa que a toma... Mas a partir do momento que alguém citar um padrão, ou seja, determinar qual é o verdadeiro sentido para um todo, ninguém mais verá sentido em seguir a busca para sua própria "perfeição" em sua vida. Mas sinceramente, gostei de seu comentário e de sua visão, muito bem colocada e constituída.

    Agradeço por seu comentário, seu elogio, e principalmente sua participação no total!

    Abraços!